sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Mulheres, homens, vida e poder

Angela Merkel (primeira chanceler da Alemanha), Ellen Johnson Sirleaf (presidente da Libéria e primeira a assumir o poder em um país do continente africano), Michelle Bachelet (primeira presidente do Chile).

"Primeiro eu vejo essas conquistas de espaço de poder como resultado de uma luta que vem há séculos, não só no Brasil, mas no mundo todo, embora a participação feminina esteja muito aquém do que representamos na sociedade. A mulher construiu um espaço importante na sociedade, seja como eleitora, no trabalho, nas artes ou na Ciência. Sem a conquista de poder, nossos direitos e, inclusive, a luta pela igualdade, contra a discriminação e contra o machismo, ficam limitados. É muito importante disputar o poder, exercer o poder enquanto mulher, com características próprias, com sensibilidade, com senso de justiça, com a preocupação ética no trato da coisa pública. Temos características próprias e terminamos fazendo a diferença em relação aos homens. Não no sentido de nos considerarmos melhores, mas a sociedade avança na civilização quando os complementos interagem" – afirma Luiza Erundina, deputada federal pelo PSB.
(Fonte: http://www.universia.com.br/html/materia/materia_jide.html)

Neste nosso Cotidiano Artístico, os feitos dessas mulheres e as palavras de Erundina me fazem lembrar que – sem ser sexista, afinal, homens e mulheres têm o mesmo valor – há uma crença de que mais governantes do sexo feminino no poder seriam necessárias para apaziguar a situação atual de conflitos mundiais. No entanto, somente poderemos comprovar isso no futuro, pois o caminho das mulheres em direção ao poder ainda é longo. Na dúvida, vale pensar que oportunidades para as mulheres são sempre bem-vindas no processo democrático como um todo.

Divagando a respeito, e deixando os exageros à parte, lembro de um filme que assisti há alguns anos atrás: “O Último Homem do Planeta Terra (Last Man On Planet Earth)” – EUA – Paramount Television, Sterling Pacific Films – 1999. Nele, após se chegar à conclusão de que os homens têm instintos violentos, a Terra passa a ser dominada pelas mulheres. Os indivíduos do sexo masculino, então, foram praticamente dizimados por uma guerra biológica, e os poucos que restaram eram considerados uma ameaça à paz mundial.


Não acredito que tal extremismo seja a solução para os problemas dos povos, porém, uma coisa temos de reconhecer: O mundo está mudando, e para melhor! Mas por quê?

Johanna Sigurdardottir, primeira-ministra da Islândia.

Tudo bem que ela assume o poder em um país de primeiro mundo onde, no mínimo, a tolerância é bastante elástica. Mas, vale a pena ressaltar que uma mulher assumidamente homossexual alcançar o poder, seja onde for, é um grande passo dado pela humanidade no sentido de romper com as barreiras (às vezes, invisíveis) de gênero com as quais nos deparamos por aí constantemente. Por exemplo: homens heterossexuais que apreciam carícias na região do ânus (olha que isso existe, hein?!) têm que ser muito corajosos e estar muito bem resolvidos com sua sexualidade para assumirem isso, pois esta idéia pode ser estranha para ouvidos mais “radicais”. Mulheres que gostam de jogar futebol ainda sofrem preconceito. E por aí vai...

Sendo assim, uma lésbica no poder – ou seja, uma mulher com uma característica diferente da esperada por todos – assumindo o poder em uma nação é realmente um sinal de evolução da humanidade, de que a diversidade vem deixando de ser apenas tolerada para passar a ser aceita, tendendo a ser respeitada. Pode ser otimismo meu, porque sei que em muitos lugares não é bem assim que as coisas são, mas acho que é um bom exemplo dado pela Islândia.
Bem, desejo um bom mandato para Johanna Sigurdardottir, acima de tudo, um ser humano que deve ser repleto de boas qualidades (se não, ela não chegaria lá, com certeza). E que cheguem mais mulheres ao poder, com sabedoria, sensibilidade e temperança, sempre.

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